domingo, 15 de agosto de 2010

Do laser odontológico ao diagnóstico de câncer

Líder no País em laserterapia usada por dentistas, MM Optics passa a produzir equipamento usado no tratamendo contra a doença

Juliana Kirihata, iG São Paulo 

Líder em laserterapia para uso odontológico no País, a MM Optics deve ganhar espaço também no setor de equipamentos médicos nos próximos anos. A expectativa da empresa, que começou suas operações em 1998 em São Carlos (SP), é baseada principalmente no lançamento de um equipamento que auxilia no diagnóstico e tratamento do câncer de pele - o tipo mais frequente no País -, previsto para chegar ao mercado no primeiro semestre do ano que vem.

Foto: Divulgação
Com novo aparelho, empresa quer crescer 20%
“O equipamento abre um mercado novo para empresa”, afirma Fernando Mendonça, diretor superintendente da MM Optics. Hoje, cerca de 90% do faturamento da marca vem da venda de produtos para a área odontológica. Entre os equipamentos produzidos pela empresa estão máquinas de iluminação, tratamento estético e clareamento dental.
Agora focada no setor médico, a MM Optics espera ter 20% de crescimento após o segundo ano de lançamento do aparelho contra o câncer. Em 2010, a previsão é saltar de R$ 8,5 milhões de faturamento, obtidos no ano passado, para R$ 10 milhões.
Diagnóstico e tratamento juntos
Desenvolvido em parceria com pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, o projeto do produto está em fase de testes clínicos no Hospital Amaral Carvalho, em Jaú, em São Paulo, referência no tratamento de câncer. Segundo Mendonça, o equipamento se diferencia dos similares importados por possibilitar diagnóstico e tratamento num mesmo aparelho, além de ter um custo menor – o preço previsto para o equipamento é de R$ 8 mil, enquanto que um importado custa cerca de R$ 52,8 mil.
O tratamento é baseado na terapia fotodinâmica, que funciona por meio da aplicação de uma pomada no local da lesão e de uma luz especial para ativar uma substância chamada porfirina, que ataca as células cancerosas. “A aplicação com fins de tratamento é principalmente indicada para casos de câncer de pele do tipo não melanoma em estágio inicial”, afirma a pesquisadora da USP Cristina Kurashi, que participa do projeto.
O número de casos novos deste tipo de doença estimado para o Brasil no ano de 2010 será de 53,4 mil entre homens e de 60,4 mil nas mulheres, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer. O objetivo dos pesquisadores é levar o aparelho para ser testado em cerca de 80 centros médicos em todo o País nos próximos dois anos, por meio de financiamentos.
Segundo o diretor da MM Optics, o novo aparelho já foi desenvolvido para ser também exportado. A marca, por meio de parcerias com outras empresas, tem sua tecnologia levada para 120 países. Atualmente com mais de 60 funcionários em sua fábrica em São Carlos, a empresa investe cerca de 10% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de lançar novos produtos no setor médico.

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